Por ser uma cirurgia feita em bebês, ela causa muitas preocupações nos pais, saiba como é realizado o procedimento e quais os cuidados a serem tomados.
Com índices de 1 caso para cada 700 nascimentos, a fissura de lábio, popularmente conhecida como lábio leporino é uma condição de formação congênita podendo ser diagnosticada ainda no útero. Ela pode ser identificada como um corte ou falta de tecido entre o lábio e o nariz.
As cirurgias reparadoras das fissuras lábio palatinas causam preocupações em muitos pais e responsáveis pelo paciente, porque apesar da cirurgia não ser uma intervenção complexa e de alto risco, é natural que a operação de bebê cause certa tensão nas pessoas.
Quanto antes for feita a intervenção cirúrgica, melhor é para o bebê. Dessa forma, é possível diminuir a possibilidade de ocorrências de deformidades ou o comprometimento no desenvolvimento dos ossos, na arcada dentaria e nas funções faciais da criança.
Ao contrário do que muita gente pensa, o lábio leporino não afeta apenas a aparência do bebê, mas também pode impactar na amamentação, fala e qualidade de vida. Isso se dá ao fato dessa anomalia facial poder afetar a mastigação, respiração, deglutição, sucção, fonação e audição da criança. Não impede ela de falar, mas a voz fica fanha e anasalada.
O que é lábio leporino
O lábio leporino é uma deformidade congênita, ou seja, se desenvolve ainda na gestação. As fissuras labiopalatinas, se dão por uma ou mais aberturas e descontinuidades das estruturas do lábio e/ou palato. Essa malformação se manifesta em tamanhos, locais e espessuras diferentes, e em alguns pacientes ainda pode aparecer com mais de uma fenda.
Durante as primeiras semanas da gestação, algumas estruturas dos bebês estão separadas para possibilitar o desenvolvimento, ao longo dos meses, essas articulações se unem e formam o aspecto normal do rosto.
As fendas nos lábios surgem quando essas suturas, por algum motivo, não se juntam e permanecem abertas até o nascimento da criança.
A criança pode apresentar fissura de lábio apenas de um lado, fissura de lábio e palato ou apenas fissura do palato. A fissura labial pode ser identificada também como completa, bilateral ou unilateral.
Ao que tudo indica essa deformidade acontece quando a criança possui uma predisposição genética aliada a fatores externos, como o consumo de elementos químicos e bebidas alcóolicas pela gestante, contato com radiação ou doenças infecciosas, falta de vitaminas ou alterações hormonais no organismo da mãe durante a gravidez. Os motivos podem ser diversos, apesar de ainda não existir comprovações sobre as possíveis motivações.
Com os avanços da ultrassonografia, a fissura labial pode ser diagnosticada ainda no útero. É muito importante que a avaliação da má formação seja feita ainda nos primeiros dias de vida do bebê pelo médico e cirurgião plástico para identificar o tipo de fissura e como será o tratamento.
Tratamento e cirurgia
De uma forma geral, a cirurgia de lábio leporino caracteriza-se pela reconstrução do fundo do vestíbulo oral (região entre a gengiva e o lábio), reconstrução do assoalho nasal com isolamento da cavidade oral e da cavidade nasal, reconstrução da cinta muscular labial, permitindo a movimentação ideal dos lábios e a reconstrução da pele e do próprio lábio, reestabelecendo a harmonia do rosto.
A intervenção é o primeiro passo do tratamento, talvez um dos mais importantes. Nesse procedimento, os médicos e cirurgiões fazem o fechamento da fenda. Alguns casos precisam de enxerto e no geral, essas cirurgias demoram cerca de 2 horas, podendo ter variações em sua duração, para maior ou menor.
A cirurgia é feita com anestesia geral e, após a operação, com a fissura fechada, existe a reabilitação física e funcional da criança. O tratamento também pode ser indicado de acordo com o tipo de fissura.
Cuidados no pós-cirúrgico
As primeiras 48 horas pós cirurgia costumam ser as mais complicadas, incluindo bastante choro por parte do paciente. O pós-operatório não é tão simples quanto parece, podendo ter diminuição na aceitação da dieta e em casos de bebês recém-nascidos no processo de amamentação é necessário que as mães tomem cuidados especiais para a adaptação.
É muito importante ter o acompanhamento da equipe multidisciplinar no tratamento, ele não se encerra após a operação, na realidade o acompanhamento médico depois da cirurgia deve ser algo regular.
Existem algumas técnicas para que os bebês não mexam na região, mas isso precisa ser conversado com o especialista, ele também indicará a melhor forma de cuidar e alimentar a criança sem prejudicar o procedimento realizado.
Outra recomendação importante é a massagem para melhorar a mobilidade e evitar o enrijecimento da cicatriz. Essa massagem deve ser feita com movimentos circulares, de cima para baixo e de dentro para fora da musculatura. O exercício deve ser feito todos os dias, de acordo com as recomendações médicas.
Em qualquer cirurgia é essencial ter uma relação de confiança entre médico e paciente, por isso, é necessário o contato com um especialista desde a identificação da má formação para esclarecer todas as dúvidas e trazer tranquilidade para todo mundo.
Se você ainda tiver dúvidas sobre o assunto ou quiser conversar para entender melhor sobre todos os processos, é só agendar uma consulta!